"Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos" (E.Galeano)
Autísmo

A fita feita de peças de quebra-cabeça, representando o mistério e a complexidade dessa patologia, é um símbolo mundial da conscientização em relação ao autismo.
O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento. Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes conhecidas como transtorno global do desenvolvimento (TGD), embora também seja conhecido o termo transtorno doespectro autista (TEA).
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, algumas apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes atrasos no desenvolvimento da linguagem.
Alguns parecem fechados e distantes e outros parecem presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento.
O autismo é mais conhecido como um problema que se manifesta por um alheamento da criança ou adulto acerca do seu mundo exterior encontrando-se centrado em si mesmo ou seja existem perturbações das relações afectivas com o meio. A maioria das crianças não fala e, quando falam, é comum a ecolalia (repetição de sons ou palavras), inversão pronominal etc.
O comportamento delas é constituído por actos repetitivos e estereotipados; não suportam mudanças de ambiente e preferem um contexto inanimado.
O termo autismo refere-se às características de isolamento e auto-concentração das crianças. O autista possui uma incapacidade inata para estabelecer relações afectivas, bem como para responder aos estímulos do meio e ainda a grande dificuldade que os autistas têm em relação à expressão das emoções.
Características comuns do autista:
-
Tem dificuldade em estabelecer contacto com os olhos;
-
Parece surdo, apesar de não o ser;
-
Pode começar a desenvolver a linguagem mas repentinamente ela é completamente interrompida;
-
Age como se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros;
-
Por vezes ataca e fere outras pessoas mesmo que não existam motivos para isso;
-
Costuma estar inacessível perante as tentativas de comunicação das outras pessoas;
-
Não explora o ambiente e as novidades e costuma restringir-se e fixar-se em poucas coisas;
-
Apresenta certos gestos repetitivos e imotivados como balançar as mãos ou balançar-se;
-
Cheira, morde ou lambe os brinquedos e ou roupas;
-
Mostra-se insensível aos ferimentos podendo inclusive ferir-se intencionalmente.
-
Etc.
Causas:
Nos anos 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interacção da criança com os pais. Várias teorias sem base científica e de inspiração psicanalítica culpabilizavam os pais, em especial as mães, por não saberem dar respostas efectivas aos seus filhos. Esse período foi dramático e levou algumas mães a tratamento psiquiátrico e em extremo, ao suicídio.
A partir dos anos 60, a investigação científica, baseada sobretudo em estudos de casos de gémeos e nas doenças genéticas associadas ao autismo mostrou a existência de um factor genético multifactorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem. Estas causas são diversas e reflctem a diversidade das pessoas com autismo.
-
Parece haver genes candidatos, ou seja uma predisposição para o autismo o que explica a incidência de casos de autismo nos filhos de um mesmo casal. É possível existirem factores hereditários com uma contribuição genética complexa e multidimensional.
-
Alguns factores pré natais (ex. rubéola materna, hipertiroidismo) e peri natais (ex. prematuridade, baixo peso ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parto) podem ter grande influência no aparecimento das perturbações do espectro do autismo.
-
Há uma grande incidência de epilepsia na população autista (26 a 47%) enquanto na população em geral a incidência é de cerca de 0,5%.
-
Há também estudos em curso sobre as anomalias nas estruturas (cerebelo, hipocampus, amígdala) e funções cerebrais das pessoas com autismo.
Tratamentos correntes:
O tratamento do autismo depende da gravidade do déficit social, de linguagem e comportamental que o indivíduo se encontra. Existem diversas abordagens, algumas muito melhor desenvolvidas cientificamente que outras.
Em crianças pequenas, a prioridade do tratamento normalmente é o desenvolvimento da fala, da interação social/linguagem, educação especial e suporte familiar. Com adolescentes, o tratamento é direcionado para o desenvolvimento de habilidades sociais necessários para uma boa adaptação, desenvolvimento de habilidades profissionais (terapia ocupacional) e terapia para desenvolvimento de uma sexualidade saudável. Com adultos, o foco está no desenvolvimento da autonomia, ensino de regras para uma boa convivência social e manutenção das habilidades aprendidas.
De um modo geral o tratamento tem 4 objetivos:
-
Estimular o desenvolvimento social e comunicativo;
-
Aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas;
-
Diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso às oportunidades de experiências do cotidiano; e
-
Ajudar as famílias a lidarem com o autismo.

Vídeo sobre autismo para crianças
Reportagem sobre autismo
A História de um menino com autismo
Nome: Associação de Amigos do Autista Com a Turma da Mônica: Um Amiguinho Diferente
Os tipos diferentes de autismo
Incluir é Educar